Mais Recentes
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Angola
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à acção para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão a contribuir a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 em Angola, onde as várias agências, através das suas respectivas naturezas apoiam projectos catalizadores dos ODS.
História
08 March 2022
Dona Ernestina líder do sector da pesca artesanal no Namibe
A dona Ernestina Chipita é Presidente eleita da União das Cooperativas da Pesca Artesanal e de Processadores de Pescado do município do Tombwa, província do Namibe, e um grande exemplo de força e resiliência.
O seu percurso profissional começou aos 16 anos, na peixaria da família, na comuna do Forte Santa Rita, no Namibe. Do seu pai aprendeu a profissão de processadora de pescado, uma arte que sempre gostou, e a que pratica com dedicação até hoje. Paralelamente aos estudos no Instituto Médio Hélder Neto, sempre exerceu a profissão de vendedora de peixe, e criou a sua família.
Estabeleceu-se no Tombwa em 1989, mas não deixou nunca de viajar por todo o país para procurar oportunidades de comercialização dos seus produtos, sempre com a melhoria das condições de vida dos seus filhos em mente. A dona Ernestina, mãe solteira, admite que a sua profissão não é fácil, pois muitos armadores mostram-se resistentes a confiar e a querer fazer negócio com mulheres. Mas com muita resiliência e força, tem revelado há mais de 30 anos que é um exemplo de empreendedorismo na região.
O exemplo da dona Ernestina inspira e estendem-se às outras mulheres da comunidade e não só. Nas suas actividades de processamento, transformação, comercialização do pescado, bem como na elaboração da farinha de peixe, emprega muitas mulheres e jovens da comunidade a quem, para além de dar um trabalho digno, transmite seus conhecimentos em “Boas Práticas de Manuseamento e Processamento de Pescado”, adquiridos na formação organizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A dona Ernestina, como impulsionadora para a criação da Cooperativa da Pesca Artesanal, ajuda também as mulheres do sector, a formalizarem os seus negócios e a se inserirem no sistema nacional de contribuição fiscal.
Como Presidente da União das Cooperativas da Pesca Artesanal no município do Tombwa, a dona Ernestina lidera 18 cooperativas devidamente legalizadas ligadas à pesca. Em 2018, foi convidada a representar as mulheres do sector da pesca artesanal de Angola no Comité das Pescas (COFI) da FAO, onde ganhou o prémio “Rainha do Mar”. A dona Ernestina participa também activamente na plataforma de mulheres empreendedoras AgroPRODESI, organizada pelo Ministério da Economia e Planeamento (MEP), com o apoio técnico do Instituto Nacional de Apoio as Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) e da FAO.
1de2

Comunicado de Imprensa
17 December 2021
Governo, Nações Unidas e parceiros dialogam sobre como incluir os pequenos comerciantes na economia formal
O Ministério da Indústria e Comércio, Nações Unidas, associações empresariais e sindicais e parceiros de desenvolvimento participaram esta terça-feira, dia 14 de Dezembro, numa mesa-redonda sobre desafios e perspectivas da inclusão dos pequenos comerciantes informais na economia formal. O evento, que decorreu no Hotel Fórum, em Luanda, foi organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Estiveram presentes mais de 50 participantes incluindo representantes de Ministérios, associações empresariais e sindicais da economia informal e parceiros de desenvolvimento.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), cerca de 8 em cada 10 pessoas empregadas em Angola têm um emprego informal e o comércio é um dos sectores com maior informalidade, particularmente entre as mulheres e os jovens nas áreas urbanas. A questão da extensão do alargamento da cobertura da segurança social foi igualmente debatida, tendo sido apontada como um incentivo para a formalização.
A Directora Nacional do Comércio Interno (DNCI) do Ministério da Indústria e Comércio, Dra. Edna Capalo, deu abertura à mesa-redonda e destacou que o comércio informal é um sector predominante na economia do país , dinamizada por actividades diversificadas e por tanto que mais emprega e com maior percentagem as mulheres, sendo assim de grande importância e responsabilidade do Ministério da Indústria e Comércio, colaborar com outros Ministérios de tutela neste sector, como o Ministério da Economia e Planeamento e Ministério das Finanças, para facilitar e agilizar processos com medidas e programas pragmáticas que respondam às inquietações e necessidades do sector.
A OIT fez uma apresentação sobre o mais recente guia lançado pela OIT sobre a “Extensão da Protecção Social aos Trabalhadores Migrantes, Refugiados, e suas Famílias”, que chama a atenção para a importância da extensão dos sistemas de Protecção Social para os trabalhadores migrantes e refugiados à luz da concretização da Declaração Universal dos Direitos Humanos e a consequente formalização da sua situação laboral (Recomendação 202 e 204 da OIT).
ACNUR apresentou as conclusões de sua avaliação de protecção, realizada tanto em meios urbanos como no assentamento para refugiados no Lôvua que demonstra que a grande maioria dos refugiados e requerentes de asilo em Angola não têm acesso a meios de subsistência suficientes, seja pela falta de acesso ao mercado formal de trabalho e negócios, seja por sua exclusão de programas de protecção social. ACNUR alertou para o facto de que a paralisação dos serviços de emissão ou renovação de documentação de identidade para refugiados e requerentes de asilo acabou por deixar toda a população refugiada urbana em situação de indocumentados. Isso fez com que muitos perdessem seus empregos ou fechassem seus negócios, além de impedir centenas de crianças e jovens de continuarem seus estudos e graduarem-se; empurrando grande parte da população refugiada antes auto-suficiente para uma situação de severa vulnerabilidade, bem abaixo da linha da pobreza.
Foi destacado que o alargamento da cobertura da protecção social, em geral, e para os trabalhadores migrantes e refugiados pode facilitar a formalização do mercado de trabalho e a regularização dos trabalhadores migrantes e refugiados. Pelo contrário, a regularização e a regularização formal também facilitam a extensão da protecção social aos trabalhadores migrantes e refugiados, o que por sua vez lhes dá um incentivo para trabalhar na economia formal.
O Presidente da Associação Mercantil de Pequenas e Médias Cantinas de Angola (AMPMCA), Omar Touré, ressaltou que há necessidade de sensibilizar e cadastrar os comerciantes para saber quantos são e onde estão afins de termos comerciantes devidamente organizados, legalizados e habilitados para formalização da economia informal e a prática da actividade comercial com a inclusão de todos comerciantes quer sejam nacionais ou estrangeiros.
O Presidente da Federação das Associações Empresariais de Luanda (FAEL), Carlos Kandov, destacou que esta a trabalhar com o Ministério da Economia e Planeamento na requalificação da economia informal para economia formal, porque e uma mais valia para economia do pais aproveitar das receitas dos comercio diversos para contribuir ao PIB e reiterar que a inclusão dos migrantes no processo de formalização da economia, e também de grande importância, sendo que eles dominam vários seguimentos do sector que podem contribuir para o desenvolvimento do pais.
Esta é a segunda mesa-redonda organizada pelas Nações Unidas para promover o diálogo com os principais actores da economia informal, no sentido de facilitar uma transição mais inclusiva da economia informal para a economia formal.
1de2
História
06 August 2023
Documentação e registo de refugiados arrancam em Angola
Gorette Liziki, de nacionalidade burundesa, foi uma das primeiras pessoas a receber de forma simbólica, o cartão de refugiado. Recebeu um novo documento (o anterior estava caducado) das mãos do próprio Ministro do Interior, Eugénio César Laborinho. Seguiram-se outros 18 refugiados em Angola, provenientes de diferentes origens. “É um dia muito alegre, um dia que traz força para todos os refugiados”, disse Gorette.
A entrega de documentos foi o ponto alto da cerimónia de lançamento do registo e da documentação refugiados e requerentes de asilo em Angola, que teve lugar em Luanda, no dia 28 de Julho. O evento decorreu na presença de membros do Governo, agências da ONU e representações diplomáticas. O Ministro do Interior presidiu ao lançamento, sublinhando a necessidade de se actualizar os dados sobre a população refugiada no país e de lhes prestar uma melhor assistência.
Este processo de documentação e registo é uma iniciativa do Governo, com o apoio técnico do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e vai permitir comprovar a residência legal destas pessoas em Angola. Vai começar na capital, Luanda, para depois seguir para as restantes províncias, de modo a abranger todos os refugiados e requerentes de asilo no país.
“Este é o dia mais importante para mim desde que sou Representante em Angola. São momentos como este que me fazem ter orgulho de trabalhar para o ACNUR”, disse o Representante do ACNUR, Vito Trani, no discurso da cerimónia. “Este momento marca um novo capítulo para todos aqueles que foram obrigados a sair dos seus países.”
O registo e a documentação vai abrir novas oportunidades de integração dos refugiados na sociedade angolana. Com documentos, os refugiados esperam ter um acesso mais facilitado aos serviços do Governo (educação, saúde ou protecção social) e também a possibilidade de integrar a economia formal (acesso a empregos, serviços bancários ou a constituição de negócios).
“Eu encontro-me com refugiados e requerentes de asilo com muita frequência e posso assegurar que todos os refugiados não querem apenas depender da ajuda humanitária. Pelo contrário, eles desejam integrar-se e contribuir para a sociedade e para o desenvolvimento de Angola, ter acesso a novas oportunidades e também criá-las”, explicou Vito Trani, também sublinhando a advocacia do ACNUR para que refugiados e requerentes de asilo sejam incluídos no Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027 e nos planos dos diferentes ministérios.
“Gostaria de reafirmar o nosso compromisso na garantia da protecção dos direitos dos cidadãos refugiados e requerentes de asilo em Angola”, disse o Director do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), Comissário João António da Costa Dias, durante a cerimónia, fazendo referência aos passos dados pelo país em prol dos refugiados, como a entrada na Comissão Executiva do ACNUR e a ratificação das convenções sobre refúgio.
O Director do SME também destacou a inovação tecnológica deste processo, realçando o “trabalho técnico que está na base da introdução das novas tecnologias que permitem hoje a realização do registo baseado em altos padrões informáticos”.
Neste momento, há cerca de 56 mil refugiados e requerentes de asilo em Angola, dos quais 88% vivem em zonas urbanas. Quase 42% destes refugiados vieram da República Democrática do Congo (RDC), mas também há comunidades significativas da Guiné Conacri, Costa da Marfim e da Mauritânia.
Ibrahim Kalilu, que em 2007 encontrou refúgio em Angola depois de fugir da guerra civil no Sudão, também recebeu documentos durante a cerimónia de lançamento. Enquanto Coordenador dos Refugiados em Luanda (foi eleito o ano passado) não se cansa de sublinhar como este processo de documentação e registo vai “ajudar muito” a comunidade, mas também beneficiar o próprio país.
“No meio dos refugiados, temos mecânicos, comerciantes, alfaiates, electricista, cantores”, enumera Ibrahim Kalilu. “Com documentos podemos ajudar, porque vamos conseguir trabalhar e o Estado angolano também vai beneficiar connosco.”
1de5
História
02 August 2023
Revitalizar os Cuidados Primários de Saúde para um Futuro mais Saudável Para Todos
Durante as últimas sete décadas, a Organização Mundial de Saúde (OMS), a autoridade global em matéria de saúde, tem servido de elo entre nações, parceiros e pessoas para promover a saúde, garantir a segurança global e ajudar os vulneráveis. O nosso mandato inabalável consiste em ajudar toda a gente, em todo o lado, a atingir o mais elevado nível de saúde e bem-estar. Hoje, na qualidade de Representante Interino da OMS em Angola, quero partilhar uma transição ambiciosa, mas fundamental: a passagem da abordagem tradicional dos Cuidados Primários de Saúde (CPS) para uma nova Abordagem Revitalizada dos Cuidados Primários de Saúde.
O nosso anterior enfoque nos CPS surgiu da conferência de Alma Ata de 1978, que defendia cuidados de saúde acessíveis a todos, com enfoque na acessibilidade, participação pública, promoção da saúde e tecnologia apropriada. Serviu de base ao nosso sistema de saúde, garantindo serviços básicos, mas essenciais aos nossos cidadãos. No entanto, a evolução da dinâmica da saúde, a persistência das desigualdades no domínio da saúde, a evolução sociodemográfica e o peso das novas necessidades em matéria de saúde exigem uma recalibração desta abordagem.
A missão da OMS, encapsulada nos nossos objectivos de proteger triplo bilião de pessoas, visa assegurar a cobertura universal de saúde a mais mil milhões de pessoas, proteger mais mil milhões de pessoas contra emergências de saúde e garantir que mais mil milhões de pessoas gozem de melhor saúde e bem-estar até 2025. No entanto, apesar de alguns progressos, a cobertura dos serviços de saúde em África está aquém da média mundial. Os riscos financeiros continuam a ser elevados, com uma taxa média de comparticipação da população de 36% a nível do continente africano e 34% em Angola. Além disso, a mão de obra e as infra-estructuras no sector da saúde enfrentam uma escassez significativa, enquanto 75% dos países da Região Africana da OMS realiza despesas média com a saúde na ordem dos 54 dólares per capita, um montante aquém das necessidades per capita necessárias para prestar um pacote de serviços de saúde essenciais, estimada em 127 dólares. Portanto, o objectivo de Abuja de alocar até 15% do orçamento geral do Estado para a saúde continua por cumprir, adiando cada vez mais a realização do pressuposto de Saúde Para Todos.
Com a pandemia da COVID-19, os nossos sistemas de saúde revelaram resiliência e capacidade de melhoria, mas também expuseram vulnerabilidades e áreas a desenvolver. Chegou o momento de nos adaptarmos e evoluirmos, adoptando a Abordagem Revitalizada dos Cuidados Primários de Saúde, tal como previsto na Declaração de Astana de 2018. Esta abordagem é centrada na pessoa, atendendo às diversas necessidades de saúde e bem-estar das nossas populações e alargando a totalidade dos cuidados contínuos.
Então, o que é que esta abordagem revitalizada significa para Angola? Implica uma mudança de um pacote para as pessoas vulneráveis das zonas suburbanas e rurais, para um pacote essencial para todos; uma mudança de um sistema centrado no programa para um sistema que dá prioridade ao indivíduo; de um enfoque primário nas mães e crianças para um enfoque em todas as populações vulneráveis; e de um enfoque nas doenças infecciosas agudas para um enfoque em todas as condições de saúde. Significa reconhecer que os cuidados primários de saúde não são baratos, mas sim um direito, oferecendo uma boa relação custo-benefício.
Delineámos o nosso caminho através de cinco áreas de ação fundamentais, para permitir realinhar os nossos sistemas de saúde de acordo com a abordagem revitalizada dos CPS. Para a devida concretização, precisamos:
Em primeiro lugar, chegar a acordo sobre um pacote de serviços essenciais de saúde, uma mudança fundamental em relação aos pacotes básicos do passado. Temos de nos concentrar em formas inovadoras de prestar estes serviços essenciais a todos, independentemente da idade, localização ou estado de saúde.
Em segundo lugar, temos de explorar as melhores modalidades de prestação de serviços essenciais. Isto inclui, a definição dos papéis e das relações entre os vários prestadores e o levantamento das plataformas de serviços essenciais mais adequadas a cada modalidade.
Em terceiro lugar, a integração das componentes dos CPS é crucial. O nosso objectivo é fazer a transição de programas verticais e isolados, para serviços combinados e abrangentes, incorporando o envolvimento multissectorial e a capacitação da comunidade.
Em quarto lugar, a preparação do sistema é vital. Isto implica preparar o nosso sistema de saúde para prestar estes serviços essenciais de forma mais eficaz. Temos de reforçar os sistemas de licenciamento, registo e acreditação, melhorar a supervisão e a orientação e garantir a segurança dos doentes. Temos também de estabelecer e respeitar as directrizes, as normas, as cartas e as auditorias relactivas aos cuidados de saúde.
Por último, precisamos de um sistema de controlo sólido. Isto inclui uma estratégia abrangente do sistema de informação sobre saúde e um plano de monitorização e avaliação. Além disso, a capacidade analítica e o desenvolvimento de produtos de conhecimento dos CPS são fundamentais para compreender a funcionalidade do nosso sistema.
Encontramo-nos num momento crucial. O caminho para a saúde para todos é exigente, mas estamos prontos para o desafio. Empenhemo-nos juntos nesta viagem, seguros de que a nossa visão partilhada de uma Angola mais saudável se tornará uma realidade. O futuro da saúde, não só para Angola, mas para África, depende da nossa vontade de abraçar a Abordagem Revitalizada dos Cuidados Primários de Saúde.
"Dr. Humphrey Karamagi, natural do Uganda, é um reputado especialista em saúde pública, empenhado em melhorar os sistemas de saúde em todo o mundo. Desde junho de 2023, é o Representante Interino da OMS em Angola. É Doutorado em Saúde Pública pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, Mestre pela London School of Economics e possui um MBChB pela Makerere University Medical School. O seu trabalho em vários países a nível da Região Africana da OMS reforçou os serviços de saúde e melhorou a cooperação técnica."
1de5

História
21 June 2023
Apelo à esperança no Dia Mundial do Refugiado
“Para mim ter esperança é ter coragem”, diz Mamadou Lamarana. Este refugiado, de 35 anos, saiu da Guiné Conacri para procurar exílio em Angola. Aqui dedica-se à carpintaria, um trabalho que espera que dê, a ele e à comunidade que o rodeia, uma vida melhor. "Ter esperança é estar preparado para trabalhar, quando trabalhamos temos aquilo que queremos.”
Já Henriette Kakuoy não tem tido uma vida fácil desde que saiu da República Democrática do Congo (RDC). Mesmo assim, tem esperança que um dos filhos entre na universidade. “Se um dos meus filhos conseguir estudar, pode ajudar os outros”, diz esta refugiada.
Hoje, dia 20 de Junho, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) comemora o Dia Mundial do Refugiado com diferentes actividades. E o tema deste ano é precisamente a esperança: “Esperança longe de casa, por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas”. O slogan chama a atenção para a necessidade de bom acolhimento, integração e soluções duráveis para os refugiados e requerentes de asilo.
O Representante do ACNUR em Angola, Vito Trani, sublinha a importância da integração e que “as pessoas refugiadas trazem com elas conhecimento e capacidades, por isso elas seguramente podem contribuir para as comunidades que as acolhem”, acrescentando que esta data tão importante serve para homenagear refugiados e requentes de asilo em todo o mundo e também em Angola. “Em todo o mundo há cada vez mais homens e crianças forçadas a deixar suas casas por causa de guerras, conflitos armados e perseguições e mais do que nunca o ACNUR trabalha com os governos e a sociedade civil para encontrar soluções para estas pessoas.”
“O Dia Mundial do Refugiado é quando nas Nações Unidas reforçamos o compromisso para criar empatia e compreensão pela situação difícil dos refugiados, reconhecendo a sua força, coragem e resiliência na reconstrução das suas vidas”, acrescenta a Coordenadora Residente das Nações Unidas em Angola, Zahira Virani. “É também uma oportunidade de relembrar que a importância da sua integração quer para os refugiados, como para as comunidades que os acolhem. Homenageamos os refugiados em todo mundo, e agradecemos aos países e às comunidades que os acolhem.”
O Dia Mundial do Refugiado é celebrado globalmente desde 2001. A comemoração é também reconhecimento do aniversário da Convenção Relativa ao Estatuto do Refugiado de 1951, o tratado que garante protecção internacional a todas as pessoas forçadas a deixar suas casas devido a guerras, conflitos armados e perseguições.
“No Dia Mundial do Refugiado honramos a coragem e a esperança dos milhões de pessoas forçadas a fugir da guerra, violência e perseguição”, disse o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, num comunicado em que salientou a integração. “No ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, sabemos que a inclusão é a melhor forma de apoiar os refugiados no exílio, prepará-los para que possam ajudar a reconstruir os seus países, quando houver condições para o seu regresso, ou serem bem-sucedidos caso sejam reinstalados noutro país.”
Em Angola, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e parceiros têm vindo a organizar uma uma série de actividades para marcar a data, tanto em Luanda como no Assentamento do Lôvua, na província da Lunda Norte. O cartaz inclui sobretudo eventos artísticos, desportivos e exposição de produtos. Do programa fazem parte actividades dirigidas aos refugiados e também ao público em geral.
Angola acolhe actualmente mais de 56.000 refugiados e requerentes de asilo. Esta população é composta em grande parte por refugiados e requerentes de asilo da, seguidos dos guineenses, marfinenses, mauritanos, somalis e sudaneses. A maioria destes refugiados (88%) vive em zonas urbanas. Há cerca de 6.000 refugiados a viver no assentamento do Lôvua, na Província da Lunda Norte.
Ibrahim Kalilu está entre estes números. Este sudanês chegou a Angola em 2007 e hoje é Coordenador dos Refugiados em Lunda. Ibrahim sublinha a boa relação com os vizinhos angolanos deu-lhe esperança longe de casa: “Eu brinco, saio e como com eles. Desde que cheguei a Angola não tive nenhum problema as pessoas”
1de5

História
12 December 2022
Refugiados e comunidade local promovem actividades contra a violência de género
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e parceiros juntam-se aos “16 dias de activismo” todos os anos. Esta é uma campanha global, que começa no dia da Eliminação da Violência Contra as Mulheres, a 25 de Novembro, passa pelo Dia Mundial da Luta Contra a Sida, a 1 de Dezembro, e termina no Dia Internacional dos Direitos Humanos, a 10 de Dezembro.
Em Luanda as actividades dos “16 dias de activismo” este ano foram concentradas nos centros comunitários de Viana e do Bairro Popular. Para além de testagem ao VIH e de uma sessão de consciencialização sobre a violência de género, fizeram parte do programa a distribuição de roupas e de produtos de higiene feminina e sessões de capacitação para jovens.
“Todo o homem e mulher deve pôr a mão na consciência e evitar estes actos,” diz Adriano, refugiado da RDC em Luanda desde 2017. Adriano, de 25 anos, tem uma mulher e um filho e apela por uma mudança de atitude. Ele também participou numa palestra no centro dos refugiados em Viana, seguida de uma campanha de limpeza.
Canama Jorgette também esteve nesta palestra, até porque esta refugiada da RDC, há mais de 20 anos em Angola, participa regularmente nas actividades da comunidade refugiada nos arredores de Luanda. Canama recomenda a todas as mulheres e homens vítimas de violência de género que façam queixas destes casos nas instituições. “Não sofram calados”, diz.
“A violência contra as mulheres é uma das violações mais comuns dos Direitos Humanos. Priva mulheres e meninas, inclusivamente entre a população refugiada, do direito à igualdade e diminui a dignidade humana, limitando as oportunidades relacionadas com as liberdades fundamentais”, explica o Representante do ACNUR em Angola, Vito Trani. “Nesta ocasião, apelamos a todos para que não fiquem indiferentes à violência, não estigmatizem os sobreviventes da violência e promovam a igualdade de direitos e oportunidades para mulheres e homens.”
“Estamos aqui para dizer que temos de parar a violência contra as mulheres”, diz Audrey, uma refugiada da República Democrática do Congo (RDC), de 18 anos. “Bater numa mulher é mau, é ofendê-la. Faz mal ao coração,” diz enquanto promete abordar o assunto com as amigas e colegas de escola.
Audrey vive no Assentamento de Refugiados do Lôvua, na Província da Lunda Norte, mas hoje veio até aldeia vizinha de Naginga. Dentro de momentos, ela, a mãe dela e as amigas vão dançar e fazer teatro na abertura dos “16 dias de Activismo”, uma campanha de duas semanas contra a violência de género.
Desta vez, as actividades promovidas pelo ACNUR na Província Lunda Norte, em Angola, não passaram apenas pela comunidade refugiada do Assentamento do Lôvua, mas também foram estendidas à comunidade local e das zonas urbanas. “Os refugiados vivem na comunidade, por isso entendemos que devemos ter esta actividade em conjunto para passar melhor a mensagem”, explica o associado de protecção do ACNUR Ronaldo Segunda. A primeira paragem escolhida foi aldeia de Naginga porque, explica Ronaldo Segunda, “esta é uma comunidade que apoia muito os refugiados, é um exemplo de apoio”.
Neste primeiro dia da campanha, o ACNUR e parceiros chamaram os habitantes da aldeia de Naginga para falar sobre questões como violência doméstica e sexual, casamento e gravidez precoces, planeamento familiar e emancipação da mulher através de actividades económicas. Mas os próprios refugiados, que vieram do Assentamento do Lôvua, ali mesmo ao lado, também tiveram uma palavra a dizer. Logo a abrir, Marguerite Munkamba, uma refugiada de 27 anos, leu uma carta sobre os direitos das mulheres.
“As pessoas dizem que o lugar das mulheres é na cozinha, que não temos o direito de nos sentarmos numa cadeira”, diz Marguerite. “É por isso que estamos aqui, para sermos aceites.” Marguerite diz conhecer casos de mulheres que foram agredidas, mas acredita que os mais jovens têm um comportamento diferente: “Para a minha geração é mais fácil, podemos fazer o que queremos”.
Mais à frente, é a mãe de Audrey, Rose Kasena, que fica no centro de todas as atenções: participa numa pequena encenação teatral onde o tema do abuso e assédio sexual no contexto do trabalho são temas centrais. Rose está convencida que é muito importante educar os homens contra a violência de género. E dá outro exemplo: “É preciso aconselhar os homens a prevenir a gravidez precoce nas meninas. Os homens devem estudar e ser pessoas responsáveis para cuidarem das mulheres”. Rose defende que as meninas não se devem casar antes dos 18 anos.
“Este ano a campanha envolveu não só o ACNUR, mas também refugiados, parceiros e entidades governamentais. Actuamos em conjunto e em diferentes localidades e isso ajuda a enviar uma mensagem muito importante contra a violência de género aos refugiados e às comunidades ao nosso redor”, diz Chefe de Escritório do ACNUR no Dundo, Chrispus Tebid.
Na Lunda Norte, as actividades organizadas pelo ACNUR e parceiros incluiram palestras sobre o cancro da mama e do útero para mães e adolescentes e testagem voluntária para o VIH. A campanha terminou com uma marcha no Assentamento do Lôvua a marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
1de5
História
06 December 2022
Luanda acolhe Reunião de alto-nível dos Representantes Especiais da ONU e o Enviado Especial da região da África Central
Por iniciativa do Escritório Regional das Nações Unidas para a África Central (UNOCA), realizou-se na quarta-feira, 30 de Novembro, em Luanda, uma reunião de alto nível dos Representantes Especiais e o Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas que trabalham na região da África Central, na presença do Ministro das Relações Exteriores de Angola, Sr. Téte António. O diplomata angolano congratulou-se com a escolha da capital angolana para acolher este importante encontro, apoiando a ideia de o tornar num mecanismo de consulta permanente.
O Sr. Téte António aproveitou a oportunidade para mencionar o contexto em que esta reunião está a decorrer, referindo-se à mini-cimeira sobre paz e segurança no Leste da República Democrática do Congo, organizada alguns dias antes em Luanda. Também destacou algumas das questões e desafios enfrentados pela sub-região, bem como as formas e meios de lidar com eles. "Para que os conflitos existentes terminem, acreditamos ser imperativo que todos tenhamos a mesma mente e caminhemos de mãos dadas na procura de soluções para uma paz duradoura nas diferentes partes do nosso continente e sempre a pensar na trilogia da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos, para que o povo africano possa beneficiar plenamente", sublinhou.
Visão comum do engajamento da ONU na África Central
Nesta perspectiva, Abdou Abarry, Representante Especial do Secretário-Geral para a África Central e Chefe do Escritório Regional das Nações Unidas para a África Central (UNOCA), observou que a reunião de Luanda permitirá "discutir prioridades comuns e adoptar recomendações concretas para uma melhor coordenação e maior coerência na implementação da visão comum do compromisso da ONU para com a África Central". Participam também: Bintou Keita, Representante Especial do Secretário-Geral para a República Democrática do Congo e Chefe da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO); Valentine Rugwabiza, Representante Especial do Secretário-Geral para a República Centro-Africana e Chefe da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA) e Huang Xia, Enviado Especial do Secretário-Geral para a região dos Grandes Lagos.
A reunião de alto nível de Luanda, que terminou dia 1 de Dezembro, está em conformidade com o mandato da UNOCA sobre a necessidade de reforçar a "coerência e coordenação das actividades realizadas pelas entidades das Nações Unidas na sub-região a favor da paz e segurança". Tal como a lançada em Outubro de 2011 e aberta aos Coordenadores Residentes e Directores Regionais das agências da ONU, esta reunião será realizada anualmente e numa base rotativa em diferentes países da África Central. O objectivo é continuar a trocar opiniões sobre as dinâmicas políticas e de segurança, bem como sobre as oportunidades e o potencial da sub-região, para uma resposta concertada da ONU aos desafios transversais. No seu discurso de abertura, a Sra. Zahira Virani, Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas em Angola, disse ser uma "honra e um privilégio" acolher os seus colegas para esta primeira edição e ter facilitado a sua organização.
1de5
Comunicado de Imprensa
26 June 2023
ACNUR e parceiros celebram o Dia Mundial do Refugiado em Angola
Luanda, 16 de Junho de 2022 –A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e parceiros estão a organizar uma série de actividades para marcar o Dia Mundial do Refugiado, celebrado globalmente no dia 20 de Junho. O cartaz inclui sobretudo eventos artísticos, exposição de produtos e palestras dirigidas ao público e aos refugiados. O objectivo é sensibilizar o público para a necessidade de inclusão e de soluções duráveis para todos aqueles que foram forçados a se deslocar das suas casas.
No dia 20 de Junho, em Luanda, o ACNUR marca o dia como uma sessão cultural que vai levar artistas refugiados ao palco do Camões-Centro Cultural Português actuações de música dança e teatro. A seguir, no mesmo local, é exibido o filme As Nadadoras (The Swimmers). Trata-se da história, baseada em factos reais, de duas irmãs sírias que fogem da guerra e que sonham competir nos Jogos Olímpicos.
Nos três dias seguintes, de 21 a 23 de Junho, terá lugar no Condomínio Rosalinda, na Estrada da Samba, uma exposição de artista refugiados. Esta mostra vai incluir pinturas, roupas, acessórios e artesanato que também vão estar à venda.
Estas actividades têm entrada gratuita e dirigem-se ao público em geral. Mas no programa constam também actividades organizadas e dirigidas pelos refugiados. É o caso de uma conferência sobre meios de subsistência e de uma campanha sobre saúde, nos centro comunitários para refugiados em Luanda.
O Dia Mundial do Refugiado vai também ser celebrado pelos refugiados do assentamento do Lôvua, na província da Lunda Norte. Para dia 20, está marcada uma cerimónia (com dança, jogos e demonstrações de primeiros socorros e construção) e um desfile das diferentes estruturas comunitárias para promover a inclusão. No dia anterior, 19 de Junho, o assentamento recebe um dia cultural.
Este ano, o slogan da data é “Esperança longe de casa, por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas”. O objectivo é mostrar a importância de dar esperança e oportunidades aos refugiados, enquanto estes são obrigados a estar longe de casa, devido à perseguição e conflito. Dar esperança para que estes possam restabelecer a vida e contribuir para o país que os acolheu, através do acesso a empregos, educação e serviços como habitação e saúde. Os refugiados podem ter esperança noutras soluções de longo prazo, como paz para regressarem a casa.
Angola acolhe actualmente mais de 56.000 refugiados e requerentes de asilo. Esta população é composta em grande parte por refugiados e requerentes de asilo da República Democrática do Congo. Outras nacionalidades também compõem a população de interesse do ACNUR em Angola, como guineenses, marfinenses, mauritanos, somalis e sudaneses. A maioria destes refugiados (88%) vive em zonas urbanas. Há cerca de 6.000 refugiados a viver no assentamento do Lôvua, na Província da Lunda Norte. Estes chegaram a Angola em 2017, consequência da crise do Kasai, na República Democrática do Congo.
Sobre o Dia Mundial do Refugiado – Desde 2001 que o Dia Mundial do Refugiado é celebrado globalmente a 20 de Junho, em reconhecimento do aniversário da Convenção Relativa ao Estatuto do Refugiado de 1951. Para o ACNUR, a data é uma oportunidade para homenagear a coragem, a resiliência e a força das mulheres, homens e crianças forçadas a deixar suas casas devido a guerras, conflitos armados e perseguições. Estas pessoas tiveram que deixar tudo para trás, excepto a esperança e o sonho de um futuro mais seguro. Há 73 anos que o ACNUR trabalha para ajudar refugiados em todo o mundo e vai continuar nessa direcção sempre que alguém procure protecção.
1de5
Comunicado de Imprensa
15 June 2023
Estudo realizado pelo INE, OIT e PNUD revela características e desafios da economia informal em Luanda
O Instituto Nacional de Estatística (INE), em coordenação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) realizou, de Julho a Setembro de 2022, o Inquérito às Organizações Profissionais Representantes de Actores da Economia Informal (IOPREI) dirigido aos representantes e membros das associações da economia informal em Luanda.
De salientar que os resultados do estudo mostram que as restrições associadas à COVID-19 afectaram negativamente as pessoas que trabalham na economia informal, incluindo a redução das actividades económicas e dos rendimentos correspondentes. De igual modo, o presente estudo mostra que a inclusão financeira constitui um desafio para a transição à economia formal, o que implica a necessidade de fomentar o acesso à educação, literacia financeira aos serviços bancários e financeiros, o uso de ferramentas digitais, bem como o nível de capacidade das próprias organizações que representam os actores informais.
A pesquisa evidencia também a urgência de estender a protecção social para os (as) trabalhadores (as) da economia informal através de reformas do sistema de segurança social que permitam uma maior adesão através do constante diálogo social. Por conseguinte, há um escasso conhecimento acerca do actual sistema e dos benefícios da segurança social contribuindo para a limitada cobertura do sistema, o que agrava a vulnerabilidade das pessoas em caso de choques económicos, particularmente as mulheres.
Adicionalmente, o estudo revela a existência de desigualdades nos níveis de escolaridade e de género que amplificam a vulnerabilidade das trabalhadoras informais nos domínios do acesso aos serviços bancários e financeiros, na gestão dos negócios e na cobertura da segurança social, entre outros.
Sendo as mulheres o maior grupo de pessoas com emprego informal ao nível nacional e provincial, o IOPREI chama a atenção sobre a necessidade de integrar os princípios da igualdade de género e do empoderamento da mulher em quaisquer estratégias de transição da economia informal para a economia formal.
É neste âmbito que a equipa conjunta do INE, OIT e PNUD apresentaram oficialmente os resultados do estudo, na Quinta-feira, dia 8 de Junho de 2023, no Auditório do Instituto Nacional de Estatística.
1de5
Comunicado de Imprensa
01 June 2023
Lançamento do processo de revisão da Lei de Bases de Proteção Social em Angola
A Protecção Social é um direito humano fundamental reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Alicerçado neste direito humano, o Governo de Angola tem feito esforços para proteger todos/as os/as cidadãos/ãs para garantir que estes/as possam realizar o seu potencial. Sendo assim, Angola tem desenvolvido, ao longo dos últimos anos, regimes de protecção social ancorados na legislação nacional, abrangendo importantes áreas políticas de protecção social. A Lei de Bases de Protecção Social (Lei 7/04 de 15 de Outubro de 2004) constituiu um marco significativo na história da política social em Angola ao proporcionar o primeiro enquadramento legal para organizar o sector e avançar com a agenda de protecção social, apelando ao compromisso das instituições governamentais e não governamentais e impulsionando o estabelecimento de um Piso de Protecção Social em linha com a Recomendação 202 da Organização Internacional do Trabalho.
No entanto, devido ao dinamismo e desenvolvimento do sector no País, o quadro legal da protecção social começa a carecer de algumas especificidades que visam reforçar uma compreensão harmonizada da Lei por parte do público em geral e dos legisladores, bem como estabelecer parâmetros e mecanismos eficazes de cooperação, diálogo, coordenação e participação a todos os níveis ao longo do processo de implementação dos três níveis do sistema de protecção social angolano: i. protecção social de base; ii. protecção social obrigatória e iii. protecção social complementar.
O Seminário de análise da lei de bases de protecção social realizado nos dias 1 e 2 de junho de 2023 pela OIT e CIF-OIT no quadro das actividades do projecto ACTION/Portugal visa apoiar o Governo de Angola na promoção de um processo de diálogo nacional tripartido que permita começar a delinear de forma concertada o complexo processo de análise e possível revisão e actualização da Lei de Bases de Protecção Social.
1de5
Comunicado de Imprensa
31 May 2023
Cultura de Protecção Social na Educação em Angola
O trabalho desenvolvido no âmbito do Projeto ACTION/Portugal em conjunto com as instituições parceiras em Angola e nos restantes PALOP e Timor-Leste com vista ao reforço, alargamento e efectivação do direito à proteção social permitiu identificar uma área estratégica sobre a qual há que intervir se queremos obter resultados concretos e significativos.
Estamos a falar do trabalho a fazer para chegar, envolver e criar momentos de conhecimento, partilha e reflexão junto das crianças, jovens e adultos em redor de um tema essencial para os seus futuros como cidadãos e cidadãs de pleno direito: a criação de uma cultura de proteção social.
Criar uma cultura da proteção social implica alcançar a população em sentido mais amplo contribuindo para a disseminação de informação e dados que permitam uma maior compreensão e envolvimento da população para com a importância do direito à proteção social.
Assim, decorreu no dia 31 de maio de 2023, em Luanda o Seminário sobre desenvolvimento de uma cultura de proteção social na educação que pretende ser um ponto de partida para o lançamento deste processo de forma participada e ativa por parte das instituições e sectores chave do mundo da proteção social, da educação, da academia e da formação profissional em Angola.
Estiveram presentes neste seminário volta de 35 participantes, incluindo oficiais do governos ao nível de direção nacional, administradores e parlamentares das áreas relevantes, decanos de universidades e representantes da sociedade civil e da comissão nacional da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os participantes foram expostos a experiencias internacionais, incluindo Portugal e Uruguai, de formas a apoiar o grupo em alavancar melhores prácticas e adapta-las ao contexto de Angola. Sendo assim, foram engajados em actividades em grupo para identificar sinergias para o caminho futuro em Angola.
Pretende-se que este grupo de participantes volte a engajar num futuro próximo para dar continuidade dos trabalhos iniciados.
1de5
Comunicado de Imprensa
31 May 2023
Directora-Geral Adjunta da FAO está em Angola para debater desafios da segurança alimentar e alterações climáticas em África
Luanda, 24 de Maio de 2023 – A Directora-Geral Adjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Maria Helena Semedo, está em Luanda para participar no 1º Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia. No segundo dia do Fórum (sexta-feira, dia 26), a Directora-Geral Adjunta da FAO será prelectora no painel de alto nível "Desafios da segurança alimentar e alterações climáticas no Continente Africano", junto da Comissária da União Africana para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Sacko, e do ex-Ministro da Agricultura e Embaixador do Senegal em Itália, Papa Abdoulaye Seck.
Na sua visita à capital angolana, a Directora-Geral Adjunta da FAO destaca que África enfrenta muitos desafios que travam o continente rumo à prosperidade e ao fim dos conflitos: os impactos das alterações climáticas continuam a afectar a produção de alimentos e as economias ainda enfrentam os efeitos da pandemia do COVID-19; a dependência excessiva de importações de alimentos e insumos agrícolas estratégicos agrava as vulnerabilidades; as alterações climáticas originam disputas de terras entre expansão urbana e produção de alimentos. No entanto, Maria Helena Semedo vê o futuro com optimismo, considerando que África tem recursos suficientes para ultrapassar estes desafios: recursos naturais abundantes, juventude, cultura, diversidade, conhecimento, saberes e mulheres.
Maria Helena Semedo destaca também que um recente relatório da FAO (2022) revela que dos 24 países mais afectados pela fome no mundo, 16 são países africanos, e que a parte da população que mais sofre de insegurança alimentar são as mulheres. Por outro lado, como produtoras, as mulheres agricultoras rurais têm mais dificuldade de acesso a recursos e serviços, ferramentas e tecnologias, mercados, informações e activos financeiros. Destaca, no entanto que a organização que representa, vê as mulheres como agentes de mudança, não como vítimas, e que em África, mais de 23 projectos da FAO contribuem directamente para a igualdade de género e para o empoderamento das mulheres rurais, com uma contribuição directa estimada em mais de 44 milhões de dólares.
A Directora-Geral Adjunta saúda o trabalho que o Governo de Angola e a FAO têm feito juntos ao longos das últimas décadas, destacando a implementação conjunta das Escolas de Campo de Agricultores (ECAs) como instrumento de organização comunitária e de promoção da segurança alimentar. As ECAs promovem a agricultura familiar com as melhores práticas de produção que garantem a estabilidade e a auto-suficiência na produção de alimentos, que têm sido factores-chave na recuperação pós-guerra e no processo de consolidação da paz. Recorda também que, no caso do programa do Governo angolano PRODESI, a FAO apoiou a criação da maior plataforma de mulheres agro-empresariais nas 18 províncias do país. A FAO também está a apoiar os esforços na dimensão do agronegócio do Programa de Reconversão da Economia Informal, PREI, com a implementação da componente AgriPrei. O AgriPrei promove uma abordagem de cadeia de valor em que as mulheres continuam a ganhar maior autonomia financeira e poder de decisão, tornando-se agentes económicos formais no sistema alimentar.
No contexto internacional, Maria Helena Semedo recorda a forte parceria que a FAO tem com a Comissão da União Africana, e que com o envolvimento de governos e outras organizações internacionais e investimentos adequados dos sectores público e privado, se podem potenciar as enormes oportunidades que existem para a agricultura, através da transformação dos sistemas agroalimentares no Continente Africano.
1de5
Recursos Mais Recentes
1 / 10
Recursos
26 June 2023
Recursos
14 February 2022
Recursos
26 October 2020
Recursos
26 October 2020
1 / 10