Workshop de Lançamento do Relatório Índice de Estigma 2.0 (2022) e Apresentação da Monitoria Liderada pela Comunidade (CLM)
07 novembro 2024
O evento destacou os resultados do primeiro estudo sobre estigma e discriminação em PVVIH em Angola.
No passado dia 1 de Novembro de 2024, a ONUSIDA, em parceria com o PEPFAR, PNUD, INLS, ANASO e o Comité das Organizações de PVVIH (LPV, MWENHO, AAS, ARNP e ACADEJ), lançaram o primeiro relatório do Estudo Índice de Estigma 2.0 nas Pessoas Vivendo com VIH (PVVIH) em Angola e apresentaram a monitoria liderada pela comunidade (CLM).
O Acto apresentou os principais resultados do estudo Índice de Estigma e Discriminação, assim como os avanços na Monitoria liderada pela comunidade (CLM).
O principal objectivo deste encontro visou discutir estratégias para superar as barreiras e desafios identificados para atingir o fim da SIDA em 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O estudo foi liderado pelas PVVIH e participaram 1,233 PVVIH, em seis províncias, Benguela, Cuanza Norte, Luanda, Lunda Sul, Huambo e Huila, tendo abordado questões de estigma e discriminação em Angola, especialmente no contexto da saúde e dos direitos humanos.
As PVVIH não estão dispostas a revelar o seu estado de VIH por medo do estigma e discriminação; e em muitos casos, não o revelam nem sequer a pessoas que lhes são próximas.
Os dados mostram que 82% dos participantes não tiveram uma boa experiência ao revelar o seu estado serológico.
De acordo com a Directora da ONUSIDA em Angola, Dra. Hege Wagan: "Angola deu mais um passo significativo na resposta ao VIH e no bem-estar das PVVIH porque este estudo ajudou a compreender como o estigma e a discriminação estão intimamente relacionados com questões sociais e de género que afectam homens e mulheres de maneira diferente; incluindo as populações-chave que continuam a ser deixadas para trás."
Por outro lado, a coordenadora do estudo Sra., Inês Gaspar da Associação Luta pela VHIda (LPV), afirmou que o resultado do estudo apoiará os interessados a planificarem com evidências, para uma melhor resposta às necessidades das PVVIH.
Relativamente, à Monitoria Liderada pela Comunidade (CLM), esta última, também esteve em destaque, com o intuito de fortalecer o papel das comunidades na vigilância dos serviços de saúde e de políticas públicas inclusivas.
O CLM é importante porque visa melhorar a qualidade dos serviços de saúde através de avaliações contínuas, incluindo a participação activa da comunidade, para elevar a qualidade dos serviços de saúde locais.
Não menos importante de referir, que a Directora da ONUSIDA em Angola, destacou a importância do apoio do governo no CLM, para que as comunidades estejam cada vez mais engajadas na melhoria dos serviços de saúde, para uma resposta mais eficaz à epidemia do VIH, "sem deixar ninguém para trás".