Campanha de Vacinação Contra a Pólio no Assentamento de Refugiados do Lóvua, Lunda Norte, Angola
01 agosto 2024
"Estou muito feliz porque as minhas crianças estão protegidas contra a doença da poliomielite" – Lucie Lusungu
Em meio ao caos, por vezes, só se encontra alento longe de casa. As lembranças ficam para trás, pois a segurança vale mais do que tudo. A experiência da migração é um factor determinante da saúde e do bem-estar. Lucie Lusungu e a sua família fazem parte das 82,4 milhões de pessoas em todo o mundo que, segundo a Agência da ONU para Refugiados, são deslocadas do seu país por motivos de força maior, razão pela qual tornam-se vulneráveis a problemas de saúde, sociais e mentais.
Situado na província de Lunda Norte em Angola, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com a República Democrática do Congo, o Assentamento de Refugiados do Lóvua representa um refúgio seguro para Lucie e milhares de famílias, oferecendo abrigo e serviços essenciais básicos como o acesso aos cuidados primários de saúde através da Clínica do Assentamento que serve a comunidade nas áreas de nutrição, pediatria, saúde reprodutiva, prevenção de HIV, Malária e Tuberculose.
Após Angola ter reportado vírus da pólio importado de países vizinhos, a luta contra a poliomielite ganhou força no assentamento de refugiados do Lóvua. Com mais de 1.700 crianças vulneráveis a residir no assentamento, a campanha de vacinação contra a pólio, implementada pelo Ministério da Saúde de Angola com o apoio técnico e financeiro da Organização Mundial da Saúde (OMS), UNICEF e outros parceiros traz tranquilidade para Lucie e outras famílias que, agora, podem ter mais confiança num futuro saudável para os seus filhos, sabendo que eles não serão afetados pelo vírus da pólio.
"Esta campanha de vacinação é bem-vinda aqui no campo, pois a clínica do assentamento está perto das fronteiras, onde há entrada e saída." – Maria da Graça, Directora da Clínica do Assentamento do Lóvua, IEIA/ACNUR
As famílias tiveram a oportunidade de receber as vacinas na Clínica do Assentamento e as equipas de vacinação foram de porta em porta para garantir que nenhuma criança fosse deixada para trás. Os técnicos de saúde, mobilizadores, registadores e vacinadores e todas as forças vivas envolvidas contribuíram para o sucesso desta iniciativa, demonstrando o compromisso do Ministério da Saúde de Angola da OMS em promover a saúde infantil, e fortalecer a resiliência das comunidades vulneráveis.
"Sinto-me grato por poder contribuir para a protecção das crianças. Desde que começámos com a campanha de sensibilização e mobilização, os moradores estiveram de braços abertos e alguns até nos têm seguido para garantir que todas as crianças sejam vacinadas," - Francisco Cavula, mobilizador da campanha no assentamento de refugiados.
Como resultado do trabalho louvável do Ministério da Saúde e parceiros no reforço da imunização, Angola está livre da pólio vírus selvagem desde Julho de 2011 e declarou, oficialmente, a interrupção da transmissão da pólio em Novembro de 2015. Infelizmente, este ano Angola notificou outras variantes do poliovírus a partir de amostras ambientais e de crianças susceptíveis. Como resposta, foi realizada uma campanha nacional de vacinação contra a pólio de 17 a 19 de Maio de 2024, com o objectivo de alcançar mais de 5,5 milhões de crianças menores de 5 anos. Esta iniciativa busca proteger as crianças contra a ameaça da poliomielite, uma doença debilitante que pode causar paralisia permanente.