A Jornada de Resiliência de Noa Mutente
Em Lunda-Norte, próximo da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), Noa Mutente, um trabalhador do Programa Mundial de Alimentação (PMA) utiliza a sua própria história como força motriz para apoiar a comunidade refugiada.
Mutente, que nasceu durante a guerra civil de Angola, teve sua infância marcada por incertezas e insegurança. Para fugir da violência, sua família foi refugiada na RDC quando ele tinha apenas sete anos de idade.
Suas primeiras lembranças da vida na RDC são marcadas por de um sentimento de gratidão do povo congolês, que o recebeu com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Anos depois, com a ajuda de bolsas de estudo fornecidas pelo ACNUR, Noa seguiu sua paixão pela agricultura, estudando agronomia na Universidade de Lubumbashi. A integração de Noa na sociedade congolêsa foi tranquila, à medida que ele abraçava a cultura local e estabelecia laços profundos de amizade com seus colegas de classe e vizinhos.
Hoje, novamente em Angola, seu coração retorna o sentimento de gratidão por meio do trabalho. "Sejam solidários", ele pede. “O acolhimento e generosidade debem ser algo recíprocos”.
Enquanto Angola abre seus braços para refugiados fugindo da violência e perseguição, a história de Noa serve como um farol de esperança, um testemunho do poder duradouro da compaixão e solidariedade, que também será celebrado no dia 20 de junho (Dia Mundial do Refugiado).
Receber e dar solidariedade: Ronaldo Samuanji, líder de protecção
No escritório do ACNUR no Dundo, Ronaldo Samuanji lidera a unidade de Protecção. Nascido em Angola, ele foi forçado a deixar sua pátria natal com apenas um ano de idade e solicitar asilo na Zâmbia.
Para Ronaldo, a vida como refugiado foi marcada por desafios e oportunidades, à medida que ele mergulhava de cabeça na jornada tumultuada da diáspora. Na Zâmbia, encontrou acolhimento caloroso e solidariedade por parte da comunidade local.
Enquanto crescia no campo de refugiados de Maheba, Ronaldo fez amizades e encontrou resiliência. Seu local de acolhimento era a sala de aula.
Ao retornar a Angola, Ronaldo sentiu o chamado para retribuir a protecção que recebe. Por meio de seu trabalho no ACNUR, ele viu a oportunidade de apoiar aqueles que enfrentavam os mesmos desafios que ele uma vez enfrentou.
Em 2012, Ronaldo liderou os esforços de repatriação voluntária dos angolanos que retornavam da Zâmbia, uma experiência que o encheu de gratidão e satisfação.
"Assim como outros países nos apoiaram em tempos difíceis, hoje podemos recebê-los com a mesma generosidade e compaixão", é a mensagem que ele deixa para o Dia Mundial do Refugiado.