Excelência Senhora Secretária de Estado dos Direitos Humanos, Dra Ana Celeste Januário
Excelência representante da Embaixada Americana em Angola, Benjamin Gullet,
Dignos representantes do Governo de Angola, do sector privado e da sociedade civil
Caros colegas da ONUDC
Ilustres participantes e convidados,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
É com grande prazer que participo hoje nesta cerimónia de lançamento da Iniciativa Voluntária Piloto no Processo de Revisão da UNTOC (Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado), em Angola.
Permitam-me que comece por exprimir a minha gratidão a Angola, em particular ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, por esta iniciativa e pela parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), organizada em coordenação com as instituições angolanas relevantes para a luta contra o crime organizado e com a participação do sector privado e da sociedade civil Angolana.
Agradeço ainda o apoio da Agência Americana de Estupefacientes e Aplicação da Lei em facilitar a coordenação entre parceiros na implementação da UNTOC através do projeto Stakeholder Engagement for UNTOC (SE4U), inclusive por meio das Iniciativas Piloto Voluntárias, como esta.
Este evento é de extrema importância, pois reconhece a complexidade do crime organizado, que abrange uma inúmeras atividades ilegais, incluindo o tráfico de drogas, o tráfico de seres humanos, contrabando de armas, crimes informáticos, branqueamento ou corrupção. Os desafios impostos por esses crimes são imensos e suas consequências abrangentes - eles minam a boa governação, aumentam a desigualdade, enfraquecem as instituições públicas, deterioram os serviços sociais e corroem a confiança pública e a coesão social.
Neste contexto, a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (UNTOC) desempenha um papel crucial ao fomentar a cooperação na luta contra estes crimes.
A UNODC é a guardiã da UNTOC e apoia os Estados na luta contra o crime organizado transnacional através dos seus programas globais, regionais e nacionais. Além disso, a UNODC adota abordagens centradas nas vítimas em muitas de suas áreas de mandato, prestando apoio legislativo, político e institucional e implementando programas focados em grupos específicos, como crianças e mulheres.
É essencial reconhecer o papel que quer o sector privado quer a sociedade civil podem desempenhar no apoio aos esforços das autoridades para combater a criminalidade organizada, tal como salientado pela Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional, que sublinha a importância crucial da cooperação com as autoridades.
A iniciativa de hoje visa permitir a colaboração entre especialistas governamentais e parceiros não governamentais sobre prioridades específicas de combate ao crime organizado transnacional. Baseando-nos nas experiências positivas do México, Paquistão e Quênia, estamos muito confiantes e optimistas quanto à participação de Angola nesta iniciativa, sendo o primeiro país da África Austral a fazê-lo.
Esperamos assim que, na sequência desta conferência, haja um compromisso renovado do sector privado e sociedade civil para trabalhar em conjunto com as autoridades governamentais na luta contra o crime organizado.
Destacamos a importância de abordar questões identificadas durante as Reuniões Objectivas, como a construção de uma cultura de combate à corrupção, aumentar a proteção das vítimas do tráfico de seres humanos e a proteção dos direitos dos migrantes, e o fortalecimento da capacidade das autoridades policiais.
Esta iniciativa está alinhada com as prioridades do Relatório "Our Common Agenda" (a nossa agenda comum) do Secretário-Geral das Nações Unidas, que prevê um novo contrato social que adopte uma abordagem para toda a sociedade, envolvendo estados, instituições, indivíduos, sociedade civil e sector privado, baseada na confiança e com o objetivo de enfrentar os desafios globais, incluindo o crime organizado transnacional.
Incentivamos e apoiamos Angola a prosseguir os seus esforços contínuos no sentido de reforçar o seu sistema de combate ao crime organizado através da implementação da UNTOC.
Excelências, minhas senhoras e meus senhores,
O mandato da UNODC permite-lhe construir parcerias sólidas e envolver activamente os órgãos de aplicação da lei, os magistrados, o sector da justiça, a academia, a sociedade civil e o sector privado, para conseguir impacto significativo no desenvolvimento sustentável, no estado de direito democrático e na justiça.
O objetivo global do trabalho de assistência da UNODC em todos os países é, em primeiro lugar, garantir um mundo livre de drogas, de crime, de terrorismo e de corrupção, respeitando simultaneamente os direitos humanos, empoderando as mulheres, envolvendo os jovens e promovendo a paz e o desenvolvimento.
Hoje, ao olharmos para o futuro, é fundamental reconhecer a importância de conjugarmos os nossos esforços com a Agenda 2030 das Nações Unidas e a Agenda 2063 da União Africana. Estas agendas transformadoras estabelecem objectivos ambiciosos que visam erradicar a pobreza, promover o desenvolvimento sustentável e fomentar a paz e a prosperidade para todos. Ao reforçarmos a nossa cooperação e explorar sinergias nas nossas actividades, podemos acelerar o progressos rumo a estes objectivos comuns, em especial o Objectivo 16 - Paz, Justiça e Instituições Sólidas, deixando um impacto duradouro no nosso mundo.
Desejamos poder continuar a trabalhar lado a lado para um futuro livre da ameaça que é a criminalidade organizada garantindo um mundo mais seguro, mais desenvolvido próspero para todos, sem deixar ninguém para trás.
Aproveito ainda para desejar a todos uma excelente conferência e com debates enriquecedores.
Bem hajam!