A RDC continua a ter uma das crises humanitárias mais complexas e duradouras de África, marcada por décadas de conflito. Até 1 de Fevereiro, mais de um milhão de refugiados e requerentes de asilo da RDC foram acolhidos no continente africano, a maioria deles em em Angola (23.200), Burundi (87.500), República do Congo (28.600), Ruanda (72.200), Uganda (479.400), República Unida da Tanzânia (80.000) e Zâmbia (52.100).
Só em 2022, ataques de grupos armados no leste da RDC levaram à saída de 98.000 pessoas para o Uganda, onde há agora um total de 500.000 refugiados da RDC, o que torna o Uganda o maior país de acolhimento em todo o continente africano.
Mais de 5.8 milhões de mulheres e crianças que fogem ao conflito da RDC são também deslocados internos. Nas províncias do leste da RDC, onde operam mais de 132 grupos armados não estatais, a maioria dos deslocados ficam alojados em armazéns, escolas e igrejas nas comunidades de acolhimento. Desde Março de 2022 que pelo menos 521.000 pessoas foram forçadas a fugir da Província de Kivu do Norte.
Em muitos países de acolhimento de refugiados, as fronteiras, assentamentos e campos já chegaram ou excederam a capacidade e e os serviços básicos disponíveis, como a saúde, ou são esticados até ao limite ou são muito caros. A insegurança alimentar é cada vez mais preocupante à medida que as pessoas se debatem para garantir necessidades básicas devido ao impacto do conflito na Ucrânia.
Num contexto socioeconómico e político frágil na RDC - exacerbado pela pandemia da Covid-19 – a instabilidade contínua devido a ataques recorrentes de grupos armados, violência intercomunitária e violações sérias de Direitos Humanos inibem as pessoas deslocadas de regressar a casa e a encontrar meios de subsistência. Estas causas continuar a causar fluxos contínuos de refugiados para os países vizinhos em 2023.
ACNUR e parceiros estão a apelar a um apoio contínuo e sustentável por parte dos países de acolhimento e também da comunidade internacional para que forneçam estas populações vulneráveis com protecção, abrigo, saúde e outras necessidades básicas.
Além da assistência humanitária, o PRRR da RDC vai também procurar promover a auto-subsistência e resiliência económica dos refugiados e das comunidades de acolhimento vulneráveis, centrando-se em projectos liderados pelas mulheres e pelos jovens que procurem reduzir a dependência da assistência
Em Angola, oito parceiros integram o plano de resposta nacional. Os parceiros são agências das Nações Unidas – ACNUR, Organização Internacional das Migrações (OIM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) - organizações internacionais – Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) e Visão Mundial (WV) - e organizações nacionais -Ajuda de Desenvolvimento de Povo para o Povo (ADPP) e a Igreja Evangélica dos Irmãos de Angola (IEIA).