Manual das Escolas de Campo em Angola
Marcámos, em 2020, 15 anos desde a introdução das
primeiras Escolas de Campo de Agricultores (ECAs)
em Angola ao abrigo da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Essas
primeiras experiências-piloto nas províncias de Uíge e
Malanje demonstraram o potencial das ECAs como uma
metodologia para melhorar as condições de vida dos
agricultores, especialmente dos mais vulneráveis.
Muito mudou desde então, tanto em Angola como
no mundo. Temos uma compreensão crescente dos
desafios que estamos a enfrentar na transformação
de sistemas alimentares mais eficientes e inclusivos
que consigam uma melhor adaptação às mudanças
climáticas e ajudem a promover a diversificação
económica do país com maior desenvolvimento dos
sectores da agricultura, pecuária, pesca e silvicultura.
Para além de todos estes desafios com que temos de
conviver e nos adaptar há vários anos, juntaram-se os
desafios decorrentes da pandemia global causada pela
COVID-19.
As Escolas de Campo são plataformas de inovação
reais e eficazes para o desenvolvimento rural, ao
combinar a sabedoria local com as melhores práticas de
agricultura disponíveis. Do mesmo modo, as ECAs são
espaços de transformação dos sistemas alimentares,
empoderamento social e crescimento económico para
as comunidades, nas quais agricultores e agricultoras
são os protagonistas do desenvolvimento, avançando
para a realização dos Objectivos de Desenvolvimento
Sustentável.
Este Manual das Escolas de Campo (ECAs) em Angola
apresenta, de forma renovada e actualizada, as bases,
princípios e elementos fundamentais da metodologia
ECAs, com o objectivo de harmonizar o futuro
desenvolvimento e institucionalização dos programas de
Escolas de Campo no país.
As ECAs prestam uma enorme contribuição na vida dos
agricultores, suas famílias e comunidades, no sentido de
avançar no crescimento económico sustentável, na segurança
alimentar e nutricional, erradicar a fome e a pobreza sem
deixar ninguém para trás.