Comunicado de Imprensa

Reforçar a vacinação de rotina pode proteger milhares de crianças em risco de contrair doenças graves

23 abril 2021

Estudos mostram que, por cada dólar gasto na vacinação infantil a nível mundial, obtém-se 44 dólares em benefícios económicos. As doenças e mortes causadas por doenças preveniveis pela vacinação custam à África subsariana 13 mil milhões de dólares anuais, recursos que poderiam ser canalizados para reforçar os sistemas de saúde e fortalecer as economias.

Luanda, 23 de Abril de 2021 - Enquanto o mundo se debate com a pandemia da Covid-19, milhares de crianças continuam sem ser vacinadas e em risco de contrair doenças mortais evitáveis pela vacinação, tais como a difteria, sarampo, meningite, tétano, entre outros.

A imunização salva milhões de vidas todos os anos e é amplamente reconhecida como uma das intervenções de saúde de maior sucesso a nível mundial. Todos, em toda a parte, têm direito à protecção contra doenças evitáveis pela vacinação, e a expansão do acesso às vacinas é fundamental para que as pessoas alcancem o seu pleno potencial.

Estudos mostram que, por cada dólar gasto na vacinação infantil a nível mundial, obtém-se 44 dólares em benefícios económicos. As doenças e mortes causadas por doenças preveniveis pela vacinação custam à África subsariana 13 mil milhões de dólares anuais, recursos que poderiam ser canalizados para reforçar os sistemas de saúde e fortalecer as economias.

Ao falar no âmbito da Semana Mundial de Imunização, celebrado todos os anos na última semana de Abril, a Representante da OMS em Angola, Dra. Djamila Cabral disse que, com todas as atenções centradas nas vacinas contra a COVID-19, não devemos esquecer outros compromissos essenciais de vacinação. A Representante da OMS advogou ser necessário reforçar o compromisso político, a acção e responsabilidade de todos, para aumentar o acesso à imunização de rotina, não só como medida de prevenção de futuros surtos de doenças, mas também como medida de reforço dos cuidados primários de saúde para a realização da Cobertura Universal de Saúde (CUS)”.

“Quando o acesso à vacinação aumenta num determinado país, não somente salva vidas e melhora os resultados no sector da saúde, como também desperta o potencial social e económico da população. As vacinas para salvar vidas são um direito de todos; todos temos a responsabilidade de garantir que ninguém seja deixado para trás sem ser vacinado”

Graças aos esforços conjuntos das autoridades governamentais a todos os níveis, dos parceiros nacionais e internacionais, da sociedade civil e da população em geral, Angola registou nos últimos anos conquistas significativas a nível da imunização, com a certificação como país livre  da poliomielite selvagem, em 2015 e a introdução de novas vacinas como a pneumococo, a rotavírus e a vacina combinada do sarampo e rubéola.

Pese embora os avanços verificados, vários são os desafios que ainda se colocam para o aumento dos indicadores de imunização em Angola, tais como a melhoria da gestão de vacinas e material de vacinação, por forma a evitar roturas de estoques e garantir a disponibilidade de vacinas em todos os postos de vacinação; o aumento das coberturas vacinais de todos os antígenos, em todos os municípios do país; bem como a intensificação das actividades suplementares de vacinação para as doenças votadas para a erradicação e eliminação, nomeadamente a poliomielite, sarampo e tétano materno neonatal.

Além disso, a COVID-19 perturbou significativamente os serviços de imunização de rotina, reduzindo as coberturas vacinais de 79% em 2019, para 70% em 2020 e consequentemente, aumentando o número de crianças não vacinadas de 224.705 em 2019, para 327.507 crianças em 2020.

Por sua vez, o Representante Interino do UNICEF, Andrew Trevett fez saber que, a imunização é fundamental para proteger as pessoas, prevenir as mortes evitáveis, e ajudar as crianças em toda a parte a sobreviverem e a prosperarem. 

“Interromper a vacinação de rotina, em especial de crianças menores de 5 anos, gestantes e outros grupos de risco, pode levar ao aumento de casos de doenças preveníveis pela vacinação e ao retrocesso nas conquistas alcançadas. No curto, médio e longo prazo, as consequências dessa perda para as crianças poderão ser mais graves do que as causadas pela pandemia da COVID-19”.

Nunca na história da humanidade foram tão expressivas a importância da vacinação, quanto agora para o combate à pandemia da Covid-19. As vacinas contra a COVID-19 seguras e eficazes, juntamente com outras medidas preventivas como o uso de máscara, a lavagem das mãos e o distanciamento físico, ajudarão a aproximarmo-nos do fim da pandemia e a melhorar as condições para o reforço da imunização da população, em todas as localidades do país.

A Semana Mundial de Imunização é celebrada com o objectivo de promover o uso de vacinas para proteger as pessoas de todas as idades contra as doenças. Este ano, o lema escolhido é “As vacinas aproximam-nos”, destacando a necessidade do maior envolvimento em torno da imunização, para aproximar as pessoas e melhorar a saúde e o bem-estar de todos.

Atul Kumar

Atul Kumar

UNICEF
Chefe de Comunicação
Olivio Gambo

Olivio Gambo

OMS
Oficial de Comunicação

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNICEF
Fundo das Nações Unidas para a Infância
OMS
Organização Mundial da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa