No Assentamento do Lóvua, perto da cidade de Dundo, no nordeste da Angola, mais de cinquenta famílias este ano foram afetadas por tempestades.
Ngoy Papi e Ngagula Ngode, juntamente com seus três filhos, ainda hoje se reconstroem de uma grande tempestade em maio de 2024. Para a família, que já enfrentava desafios ao terem que fugir de seu país de origem em busca de protecção internacional, o golpe foi avassalador. Sua modesta vivenda foi reduzida a escombros em questão de minutos, levando consigo todos os seus bens materiais e memórias.
No auge da tormenta, diante de relâmpagos e fortes ventos, Ngoy e Ngagula lutaram para proteger seus três filhos. Com o passar das horas, a força da tempestade arrancou o teto de sua moradia. A manhã seguinte trouxe consigo um cenário desolador – destroços espalhados por todos os lados.
Iniciamente sem abrigo, a família se abrigou na solidariedade de vizinhos e recebeu apoio emergencial da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e parceiros.
Para Mpanzu Mananga, o vizinho que ofereceu sua ajuda, a cena foi comovente. Ele compartilhou a dor e o desespero de seus amigos, testemunhando o impacto devastador que a tempestade deixou no seu caminho.
Enquanto a comunidade se une em solidariedade, oferecendo conforto e apoio uns aos outros, a família de Ngoy e Ngagula ainda enfrenta uma jornada árdua rumo à reconstrução.
À medida que o sol se põe sobre o campo de refugiados de Lovua, o casal se une pela coragem e pela resiliência que os definem. Apesar das perdas que sofreram, eles permanecem firmes em sua determinação de reconstruir suas vidas, como fazem desde sua chegada a Angola em 2017.
Assim como tempestades e secas, uma série de eventos climáticos atingem toda população, mas comunidades vulneráveis são duplamente impactadas pelos efeitos naturais extremos. O ACNUR está trabalhando com outros parceiros para fortalecer meios de subsistência resilientes ao clima, sistemas de alerta precoce e medidas de preparação, e programas de protecção social em ambientes de deslocamento.