Isto aconteceu com a realização de um workshop de assistência técnica, que ocorreu entre 22 e 28 de julho de 2024. Organizado pelo Programa "O Homem e a Biosfera" (MAB) da UNESCO, o evento visou fornecer o suporte necessário para a implementação deste ambicioso projeto.
Há mais de 50 anos, o Programa MAB da UNESCO tem desempenhado um papel crucial na promoção de uma relação harmoniosa entre as pessoas e o meio ambiente. As reservas da biosfera, frutos concretos deste programa, atuam como laboratórios vivos onde a interação entre o homem e a natureza é estudada e aprimorada. Atualmente, existem 759 reservas da biosfera em 136 países, incluindo 94 em 35 países africanos. No entanto, Angola ainda não possui nenhuma reserva da biosfera, apesar de sua vasta riqueza natural.
O workshop foi dividido em duas fases: a primeira, um workshop de formação de formadores, realizada nos dias 23 e 24 de julho no Instituto Nacional da Biodiversidade e Conservação (INBC) em Luanda; e a segunda, um workshop prático no Parque Nacional da Quiçama, realizado de 25 a 27 de julho, que incluiu encontros com administrações locais e formação de agentes fiscais de proteção ambiental.
A missão teve como objetivo principal prestar assistência técnica para a criação da primeira reserva da biosfera em Angola, com metas específicas de formar peritos do grupo de trabalho interinstitucional sobre o programa MAB, fornecer apoio metodológico para a criação do comité nacional do MAB, informar e sensibilizar as partes interessadas, e apoiar a co-construção da reserva da biosfera.
Participaram do evento Dr. Bandiougou Diawara, Chefe do Sector das Ciências Naturais da UNESCO para a África Central; Dr. José Cassandra, perito em reservas da biosfera; Nicolau Bubuzi, Especialista de Programas da Antena da UNESCO em Luanda; membros da Comissão Nacional de Angola para a UNESCO; agentes fiscais do Parque Nacional da Quiçama; e representantes de vários ministérios angolanos.
O Parque Nacional da Quiçama, que abrange cerca de 10.000 km² e abriga aproximadamente 25.000 habitantes, foi identificado como o local potencial para a criação da reserva. Com uma rica biodiversidade e um plano de gestão já em vigor, o parque mostrou-se apto para receber este importante reconhecimento.
Este workshop marca o início de um esforço contínuo para aumentar as áreas protegidas de Angola, dos atuais 12,6% para 17% da superfície nacional, conforme indicado pela Vice-Presidente de Angola em sua recente reunião com a Diretora-Geral da UNESCO. A criação da primeira reserva da biosfera até 2025 será um marco significativo, celebrando o cinquentenário da independência de Angola.
A iniciativa não só reforçará a conservação da biodiversidade, mas também promoverá o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das comunidades locais, alinhando-se com os objetivos de conservação global da UNESCO.