Comunicado de Imprensa

ACNUR e IEIA facilitam serviços de saúde para refugiados na Lunda Norte

13 September 2021

Mais de cinquenta refugiados que vivem no Assentamento do Lôvua foram beneficiados por uma campanha de saúde voltada para cirurgias de hérnia e apoio psicológico.

No mês de Agosto, o ACNUR (a Agência da ONU para Refugiados) e a organização parceira, Igreja Evangélica dos Irmãos de Angola (IEIA) facilitaram cirurgias de correção de hérnia para 52 refugiados, sendo 48 homens e 4 mulheres, no hospital Bernadino Camanga situado na Centralidade do Dundo, província da Lunda Norte.

A iniciativa enquadra-se nos esforços do ACNUR para assegurar que os refugiados tenham acesso aos serviços de saúde, e visa atender todos os pacientes que vivem no Assentamento do Lóvua, na Lunda Norte, e sofrem de hérnia. A hérnia ocorre quando um órgão ou tecido interno rompe um orifício nos músculos, e a cirurgia de reparo ou herniorrafia é o tratamento mais comum, que envolve o retorno dos tecidos deslocados à sua posição adequada.

Antes da herniorrafia, a IEIA conversou com os refugiados sobre o procedimento cirúrgico, esclarecendo suas dúvidas e preocupações. Deste modo, os refugiados receberam apoio psicológico, que muito contribuiu para reduzir medo e ansiedade manifestadas antes da operação.

Alain, de 43 anos de idade, foi um dos refugiados recém-operados. Ele diz que sentia dores desde a sua adolescência, quando ainda vivia na República Democrática do Congo, sua terra natal, mas nunca pôde fazer um tratamento médico devido aos elevados custos. Hoje, após ter sido beneficiado pela campanha de saúde promovida pelo ACNUR e a IEIA, ficou surpreso ao notar que suas dores foram reduzidas consideravelmente. “Sinto-me bem melhor agora”, diz ele com grande alívio.

Dois dias após a cirurgia de hérnia, Alain permaneceu sob observação médica na Centralidade do Dundo antes de ser transferido de volta para a clínica do Assentamento do Lôvua. No local, está um grupo de refugiados que também foi recentemente operado, para ser submetido ao controlo e tratamento pós-cirúrgico pela equipe da IEIA.

A campanha de saúde foi realizada sob o olhar atento do Chefe do Escritório de Campo do ACNUR no Dundo, Chrispus Tebid, que regularmente visitou e interagiu com os pacientes refugiados, bem como a equipe médica, tendo reiterado o compromisso do ACNUR em não deixar os refugiados para trás. “Esta iniciativa é um passo importante e reflete o nosso esforço conjunto para garantir a inclusão dos refugiados nos serviços de saúde do país” disse ele.

Actualmente existem cerca de 56.400 refugiados e requerentes de asilo em Angola, dos quais 86% vivem em áreas urbanas e 14% no Assentamento de Lôvua. Alain faz parte dos 35.000 refugiados congoleses que foram obrigados a abandonar suas casas durante o grande afluxo de 2017 por causa do conflito armado na região de Kasai, sendo forçado a se deslocar para a província da Lunda Norte em busca de proteção para si e para a sua família. Como ele, existem atualmente 6,752 refugiados da região de Kasai a viver no Assentamento do Lôvua e a receber assistência básica e proteção do ACNUR e seus parceiros em Angola.

IEIA é a organização parceira do ACNUR para a área da saúde na Lunda Norte. Como parte do seu portfólio, a IEIA presta serviços primários de nutrição, maternidade infantil, análises clínicas, apoio psicológico e implementação de medidas de prevenção contra a COVID-19 aos refugiados no Assentamento do Lôvua. Por meio de seus agentes comunitários, IEIA ajuda o ACNUR a identificar refugiados que necessitam de atenção especial em saúde por meio de avaliação e diagnóstico de campo realizados periodicamente.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa